Imagine HOT Harry Styles
Eu encarava meu reflexo no espelho com uma seriíssima dúvida existencial:
Usar ou não usar a saia preta?
Ok, não é uma dúvida existencial. Mas é séria, tá? Eu não sou fútil (só
de vez em quando!). O problema é que usar ou não essa saia pode mudar
minha vida!
Tá bom, eu tô exagerando de novo. O fato é que eu,
(S/N) (seu sobrenome), 22 anos, estudante de comunicação (e futura
assessora de imprensa), não faço a mínima idéia do que vestir pra
reconquistar meu namorado esta noite.
Talvez reconquistar não seja
um bom termo, já que eu sei que a criatura ainda me ama. Eu e toda a
torcida do Flamengo, mais a do Corinthias, mais a do meu amado
Manchester juntas. O Hazza não é do tipo que sabe esconder o que sente,
entende? Mas mesmo assim, eu preciso de um charme a mais esta noite, e é
aí que entra a minha saia preta curta favorita.
Se pelo menos esse
espelho mostrasse meus pés também, pra ver o visual inteiro... Esse
espelho da (sua amiga) é uma droga, sinto falta do meu.
É aí que
você me pergunta por que eu estou usando o espelho da (sua amiga) e não o
meu. Bom, é porque eu estou na casa da (sua amiga) e não na minha. E
por que eu estou morando aqui uns dias? Ah, essa é fácil de responder...
... Porque eu saí de casa. Da minha casa com o Hazza, quero dizer.
Antes que você comece a me chamar de burra, eu explico. Tá mais do que
na hora de contar a história toda, já que ninguém deve estar entendendo
nada.
Na verdade, a história toda é muito longa, vou resumir pra
você. Acontece que meu Styles tem uma priminha que é meu carma nesse
planeta. Meio bonitinha até, mas naquele estilo “mamãe quero ser puta”,
sabe? Nada contra as aspirantes a piriguete, cada um na sua, mas esse
projetinho de vadia insiste em dar em cima do meu homem, porra! Ela se
aproveita do fato de conhecê-lo desde pequena, e o lesado num vê as
reais intenções daquela vaca.
Sábado passado foi a gota d’água. Nós
estávamos em um churrasco na casa do tio do Hazza e a nojenta sentou no
colo dele. Isso mesmo, NO COLO! Comigo ali na sala! E o que o viado do
Hazza fez? NADA!
Claro que eu esperei a gente voltar pra casa pra
ralhar com ele. Uma discussão puxa a outra, e acabou que o que era uma
bronquinha passou a ser uma briga de verdade, tão séria que eu resolvi
sair de casa e vim me refugiar aqui.
Ok, eu confesso, eu tava na
TPM. Mas agora que já se passou uma semana, eu me arrependi. Eu sei que
exagerei, que não era pra tanto, que eu preciso aprender a controlar
meus nervos... Mas agora já foi, só me resta tentar consertar a burrada.
Tô sentindo falta dele, essa é a verdade. Eu amo aquele ser mais
do que eu já amei alguma outra pessoa nessa vida, dói não acordar todo
dia e receber aquele sorriso lindo. Eu o quero de volta pra mim, e sei
que ele me quer também, apesar de todo aquele teatrinho. Quando eu saí
de casa, óbvio que o Hazza fez aquela pose de machão e disse que eu
podia ir se quisesse. Mas quando eu realmente fui, deu pra perceber que
ele ficou surpreso, e eu sei que ele tá mal.
Sei porque o Zayn me contou, claro.
Pelo que eu fiquei sabendo, Zayn, meu melhor amigo, Niall, namorado da
(sua amiga) e Louis, meu bebezinho, precisaram ir lá em casa ontem, já
que o Hazza não atendia as ligações de nenhum deles. Aparentemente, os
três encontraram meu namorado totalmente bêbado, usando meu casacão azul
da Hurley, largado no sofá vendo filmes depressivos na TV. É, parabéns,
(S/N), olha a fossa na qual você deixou o coitado.
Eu devia ter
sido menos grossa, ter usado um tom menos definitivo... E com certeza
não devia ter desligado na cara dele nas três vezes que Hazza me ligou,
todo fofo. O quê, eu ainda não tinha contado isso? Ah, desculpa, eu
esqueci... Mentira, tava com medo de apanhar e resolvi omitir esse
detalhe.
O problema é que eu não me controlo quando estou com raiva,
e acabo fazendo esse tipo de coisa, quando não faço pior. Eu perco
totalmente a noção, é sério. Acabei fazendo ele pensar que não tinha
mais volta, quando na verdade tudo que eu quero nessa vida é ter meu
Hazza de novo. Mas dessa vez minha TPM passou dos limites mesmo, nós
dois nunca ficamos mais de três dias sem nos falar antes... Ele foi
capaz de engolir o orgulho e me ligar, mas eu fui orgulhosa demais pra
responder. Sou uma besta, uma anta, uma estúpida mesmo, eu sei. O pior é
que eu o machuco com minhas idiotices.
Mas voltando ao assunto, os
meninos cuidaram do Hazza, o fizeram tomar banho frio pra ver se voltava
ao normal, chegaram a forçá-lo a tomar café forte. O Niall até dormiu
lá com ele ontem, deixando eu e a (sua amiga) sozinhas aqui. O que foi
bom, na verdade, já que depois que o Zayn me contou tudo eu passei a
noite chorando no colo da (sua amiga), me odiando por ser tão idiota. Eu
não mereço o Hazza, isso ficou claro. Mas isso não me impede de tentar
tê-lo de volta. Não sou do tipo que chora muito tempo, eu levanto a
cabeça e vou à luta.
Os meninos acabaram o convencendo a ir a uma
“festa” de aniversário de uma amiga do Niall hoje à noite, pra distrair a
cabeça. Festa entre aspas mesmo, já que vai ser comemorada em uma boate
aqui perto, que nem foi fechada para a ocasião. Ele resistiu um pouco
quando soube que eu também ia, mas acabou aceitando, porém deixando
claro que não pretendia falar comigo. É, dói pra cacete saber disso. Ele
pediu também que nenhum dos três me contasse o estado no qual ele se
encontrara antes.
Engraçado que, pelos meus cálculos, a
primeira coisa que o Zayn fez ao sair de lá foi me ligar, dizendo que
precisava conversar comigo.
Sério, as pessoas precisam parar de
pedir pro Zayn não me contar as coisas, ou vice-versa. Será que esse
povo ainda não entendeu que, não importa o que peçam, eu e o Zayn vamos
sempre contar TUDO um pro outro? Não existem segredos entre eu e o
Malik, ele é meu BFF, meu irmãozinho. Por mais que ele e o Hazza sejam
muito amigos, o Zayn sempre ficaria do meu lado em situações como essa.
Sim, o Hazza tinha um certo ciúme do meu melhor amigo. Ciúme besta e
infundado, na minha opinião. Ok, o Zayn é um galinha. Ok, ele não
pensaria duas vezes antes de me pegar se eu desse mole e não fosse tão
envolvida com o Hazza. E ok, nessa situação eu também não pensaria duas
vezes antes de ficar com o Malik, ele é gostoso, caramba! Mas como o
Hazza existe, o Zayn nunca teria nada comigo, nem eu com ele. Por que é
tão difícil pras pessoas acreditarem em uma amizade verdadeira entre um
cara e uma garota?
Bom, chega de reflexões inúteis. Não sei por que
ainda estou aqui conversando comigo mesma enquanto ainda nem decidi se
uso ou não a saia.
Uso, pronto, decidi! Saia preta, blusinha
vermelha justa e decotada, amarrada de cima a baixo por uma fitinha de
couro na frente, como se fosse um espartilho, salto alto, cabelos
soltos, maquiagem normal, alguns acessórios e um casaquinho preto com
pelinhos. Ok, exagerei na roupa, mas a ocasião merece. Me deixa, quero
ser provocante por uma noite!
Chequei o visual uma última vez, peguei minha bolsa e fui pra sala. Niall e (sua amiga) assistiam TV.
- Tá pronta, criatura? – perguntou (sua amiga), aparentemente de saco cheio, graças à minha demora.
- Não sei. Você acha que a roupa tá boa? – perguntei, enquanto Niall
desligava a TV e pegava as chaves do carro de Hazza, que estava com ele
por uns dias, já que o carro de Niall precisara ser mandado para o
conserto, e Hazza... Bem, Hazza não andava saindo muito de casa, graças a
uma garota infantil e fútil.
Eu.
Quem ia passar lá e levá-lo para a boate era o Zayn.
- Ah, tá sim. – disse (sua amiga), me analisando – Niall, o que você acha?
- De que? – perguntou o garoto, que não estava prestando atenção na conversa.
- De mim. Como é que eu tô? – perguntei, insegura.
- Ah, tá bonita. – disse Niall, desinteressado. Aquilo não era o suficiente.
- Mais bonita ou menos bonita do que antes?
- Você tava com outra roupa antes? – perguntou Niall, sorrindo confuso e
coçando a nuca. Eu e (sua amiga) reviramos os olhos ao mesmo tempo.
- Você não presta atenção em nada mesmo, Horan! – disse (sua amiga), rindo.
- Ei, não reclama! Se eu ficasse reparando nas suas amigas, você ia achar ruim! – reclamou Niall, fazendo bico.
- Oun, eu tô brincando! – disse (sua amiga), dando um selinho em Niall –
Só queria dizer que desse jeito você num ajuda muito a (seu apelido).
- Tudo bem, (sua amiga). – eu disse, rindo – O Louis é assim também. O
único amigo que faz comentários úteis sobre as minhas roupas é o Zayn.
Cadê meu macho quando eu preciso dele?! – reclamei, em voz chorosa,
rindo em seguida. Niall me olhou estranho enquanto atravessávamos a
porta e íamos em direção ao carro.
- Depois você reclama que o Hazza tem ciúmes de vocês dois...
- Ah, nem vem, Niall! – o cortei – Todo mundo sabe que esses nossos
apelidinhos são de brincadeira. Eu e o Zayn somos amigos, porra!
-
Na verdade eu ainda nem entendi por que você veio pra cá em vez de ir
pra casa dele. Vocês dois são tão colados! – disse (sua amiga),
pensativa.
- Posso te dar dois motivos. Primeiro, ia pegar mal pro
Zayn ter uma garota morando na casa dele. Pra onde ele levaria as
vítimas? – eu falei, rindo. “Vítimas” era como eu chamava as mil meninas
que o Zayn pegava diariamente – Meu amiguinho precisa de privacidade. O
segundo motivo é que o Hazza teria um ataque se eu fosse morar com o
Zayn, ciumento do jeito que é... Assim sobraram você e o Louis. Mas é
impossível ficar na casa do Louis, eu me sentiria mais intrusa ainda,
ele e a Eleanor vivem em constante lua de mel... Aí sobraram você e o
Niall, que são um casal menos meloso e enjoado e mais sociável!
- “Sobraram”... Valeu, ein, (seu apelido)? – disse (sua amiga), rindo – Sua sinceridade me espanta!
- Me sinto um lixo agora. – acrescentou Niall – O carinho que você tem por nós me comove!
- Ah, num fica assim, coisa fofa! – eu disse, rindo e pulando nas
costas dele, quase derrubando o garoto no chão – Você sabe que eu te
adoro!
- É, eu sei! – disse Niall, rindo, me botando no chão e
apertando o botãozinho para destravar as portas do carro – Na verdade eu
acho que você só começou a namorar o Hazza pra ficar mais perto de mim,
já que eu só tinha olhos pro meu bombonzinho de morango! – ele disse,
com um sorriso fofo, olhando para (sua amiga), que se sentara no banco
do carona, ao seu lado. Eu fui relegada ao banco de trás.
- Posso fazer uma pergunta? – falei, já fazendo – Por que seus apelidos pra (sua amiga) são sempre baseados em comidas?
- Ah, fácil... – disse Niall, tentando não rir – Porque ela é boa de
comer, ué! – concluiu, e eu comecei a rir junto com ele. (sua amiga)
ficou vermelha que nem um pimentão e sorriu meio envergonhada, enquanto
dava tapinhas de brincadeira em Niall.
- Vamos logo! – disse ela, ainda sem graça, e Niall deu a partida, sem parar de rir.
Não demoramos muito para chegar lá, infelizmente. A cada minuto que
passava eu ficava mais nervosa. O que eu diria pro Hazza? E se ele me
tratasse mal? Ele tinha todo o direito, é claro. Eu fui uma vaca com
ele. Mas eu não tô preparada pra levar um fora do Hazza, não mesmo.
Entramos na boate pelos fundos, nos livrando da fila quilométrica que se
formava na frente do lugar. Ser amiga (e ex-namorada) de gente famosa
tem muitas vantagens.
Assim que entramos, o Niall jogou as chaves do
carro pra mim e simplesmente desapareceu com a (sua amiga), me largando
sozinha no meio daquele povo. Pelo visto os dois não pretendem voltar
pra casa... Safadinhos. Eu me sinto mal por eles sentirem a necessidade
de sair de casa quando querem uns momentos mais... Íntimos, mas eu não
tenho outro lugar para onde ir a não ser a casa deles!
Olhei à minha volta procurando algum rosto conhecido. A quem eu estou tentando enganar? Eu procurava o Hazza mesmo.
Mas no momento em que o vi, desejei não ter feito isso.
Lá estava Hazza, sentado no balcão de um dos dois bares do lugar, com
nada mais, nada menos do que seis garotas em volta dele. O filho da puta
conversava com as meninas exibindo aquele sorrisinho idiota capaz de
fazer qualquer mulher tremer na base. Aquele era o meu sorriso!
Como se lesse meus pensamentos, Hazza olhou na minha direção. Nossos
olhares se encontraram por um breve segundo antes de ele dar um
sorrisinho de escárnio e se voltar para uma das garotas, enrolando uma
mecha do cabelo dela com os dedos.
Eu queria sumir. Queria cavar um
buraco no chão e não sair dele nunca mais. Senti minhas mãos tremerem e
meus olhos começarem a arder. Eu estava tonta e meu coração batia tão
forte no meu peito que chegava a incomodar. Eu tinha que sair dali.
Tinha que desgrudar meus pés do chão e dar fim àquela humilhação. Mas
claro que eu precisaria de ajuda.
No meu vocabulário, “ajuda” é sinônimo de “Zayn”.
Saí que nem louca procurando meu amigo naquela boate apinhada de gente.
Passei pela mesa na qual a aniversariante estava com o grupo de
convidados no qual eu teoricamente estava inclusa. Teoricamente porque
eu nem conhecia a garota, mas como a boate era pública...
Zayn não
estava lá. Fui então em direção ao outro bar, o no qual Hazza não
estava. Assim que vi a silhueta do Malik à distância, meu coração se
acalmou um pouco. O Zayn estava ali, tudo ficaria bem.
- Zayn! –
chamei, mesmo sabendo ser impossível ele me ouvir com todo aquele
barulho. Mas por algum milagre ele se virou na minha direção. Pelo visto
não é só com o Hazza que meus poderes telepáticos funcionam.
-
Minha macha! – disse ele quando eu me aproximei, sorrindo aquele sorriso
capaz de iluminar meia-noite. Sorriso esse que sumiu assim que ele
reparou na minha expressão – Que foi, (seu apelido)?
- Me ajuda. –
eu disse, simplesmente, dando a ele aquele olhar. Isso mesmo, aquele que
só nós dois entendíamos, aquele que dispensava explicações.
- Pode
falar. Eu faço qualquer coisa. – Zayn falou com convicção, chegando mais
para frente no banco no qual estava sentado no bar e me abraçando pela
cintura. Ele parecia preocupado.
- Dança comigo? – pedi, com voz fraca, e ele me olhou confuso.
- Dançar? Por quê? (seu apelido), o Hazza tá aí, ele vai achar que é
provocação... – nossos olhares se encontraram e ele riu baixinho ao
entender, me olhando com aquele brilho divertido nos olhos – É
provocação, né?
- É. – respondi com simplicidade. Não havia motivos para mentir pro Zayn.
- (seu apelido)... – começou ele, rindo – Não faz isso com o coitado, ele tá sofrendo por sua causa...
- Sofrendo?! Zayn... – comecei a dizer, mas desisti. Uma imagem vale
mais do que mil palavras, então simplesmente o puxei pelo braço até um
lugar de onde dava para ver perfeitamente Hazza, do outro lado do salão.
Ele ria de alguma coisa que uma das garotas havia cochichado para ele e
estava abraçando a cintura de outra.
A mudança no rosto de Zayn foi
impressionante. O sorriso deu lugar a um maxilar fechado, sobrancelhas
franzidas e olhar frio, numa clara expressão de raiva que não combinava
em nada com ele. Zayn era um cara geralmente pacífico e pra cima, e bem
bobo, pra ser sincera. Aquela seriedade e irritação destoavam de seu
jeito. Eu só o via com essa cara quando alguém me magoava de alguma
forma.
- Certo, o Styles passou dos limites. – disse ele, com a voz
firme, ainda encarando a ceninha ridícula – Pode deixar que eu já
entendi tudo. Vem comigo. – dizendo isso ele me puxou pela mão, me
arrastando pra sei lá onde. Não que eu me importasse. Eu confiava no
maluco à minha frente.
Eu e Zayn fomos contornando com dificuldade
as pessoas na pista de dança. Avistei (sua amiga) e Niall praticamente
se engolindo, sentados em uma mesa perto da pista. Joguei meu casaco e
minha bolsa em uma das cadeiras, espero que a (sua amiga) repare quando
finalmente resolver deixar o Niall respirar.
Esbarramos em Louis
logo depois, que dançava que nem um louco, totalmente bêbado e com uma
garrafa de cerveja na mão. Tinha o rosto levemente rosado de um jeito
fofo e o cabelo totalmente bagunçado. Zayn chegou perto dele e sussurrou
alguma coisa que eu obviamente não escutei em seu ouvido. Louis fez que
sim com a cabeça, bem devagar, e saiu tropeçando em direção a algo no
sentido contrário do qual nós íamos. Zayn continuou me puxando pela mão
e...
EI, VOLTA A FITA E APERTA O STOP!
Aquele ali era
o Louis?! Não era possível! O que o LOUIS estava fazendo BÊBADO E
DANÇANDO numa boate?! Pior, o que ele fazia ali sozinho? Desde quando
ele vinha curtir a noite desse jeito sem a Eleanor? Hmm, já vi que
brigaram. Mas tudo bem, depois eu descubro o que houve. No momento tenho
coisas mais importantes a resolver, como dar o troco no nojento do
Styles.
Por falar em Styles, era na direção dele que o Zayn me arrastava... Não, o Malik não vai falar com ele, vai?!
Eu já estava disposta a matá-lo quando ele subitamente parou, ainda na
pista de dança, a pouquíssimos metros de Hazza. Foi aí que eu olhei em
volta e vi quem mais estava naquela boate. Sorri involuntariamente. Ali,
onde paramos, um grupo de garotos bonitos estava parado olhando a
pista, e entre eles estava ninguém mais, ninguém menos do que James
Bourne. Sim, você leu direito.
Uma coisa eu preciso admitir: O Zayn pode ser bem lesado pra algumas coisas, mas ele sabe ser um gênio do mal.
Acontece que eu já conheço o Bourne há um tempinho. E eu e todo mundo
sabemos que ele tem uma certa... Queda por mim. Até mais do que isso,
ele nem consegue disfarçar, fato que esfriou um pouco a amizade dele com
o Hazza. E, bom, agora ele já deve saber que eu e o Styles não estamos
mais juntos...
Zayn me olhou, sorrindo aquele sorriso que dizia
“agora é com você, vai lá e dá seu show”. Sério, nessas horas eu tenho
vontade de morder o Zayn por ele ser tão fofo.
- Gente, olha quem
chegou! – Zayn gritou para os garotos, me trazendo para perto deles.
Sorri sem graça ao ver o sorriso enorme que Jimmy deu ao me ver.
-
Oi, (seu apelido)! – gritou ele, tentando se fazer ouvir apesar da
música alta. Eu sorri e dei dois beijinhos no rosto dele – Tudo bem?
- Quase. – respondi, dando meu melhor sorriso – Pra ficar tudo bem eu
quero dançar! Quem dança comigo? – perguntei, e Zayn, James e os outros
três bonitinhos que estavam com ele levantaram a mão, rindo. Na mesma
hora, Louis se aproximou de nós e a música mudou. Não só a música como a
iluminação do lugar, que diminuiu em quase todo o salão, menos em um
certo ponto, onde a luz começou a piscar um pouco, formando um clima
sensual. O tal ponto era logo acima de onde eu e os meninos estávamos.
Olhei para Zayn, que trocava um olhar cúmplice com Louis, e entendi o
que eles estavam tramando. É nessas horas que eu entendo porque amo
tanto meus amigos.
Zayn começou a afastar o pessoal, fazendo uma
rodinha ao meu redor, só não delimitada na parte de frente para Hazza.
Sorri sem graça frente aos olhares de todos, mas relaxei ao reconhecer a
música que tocava. Algumas partes da letra podiam não ter muito haver
com a situação, mas o ritmo... Comecei a dançar, engolindo totalmente a
vergonha. Coloquei uma mão no cabelo e comecei a mexer o corpo devagar,
no ritmo da música, deixando um sorriso sapeca repuxar os cantos dos
meus lábios. Eu não olharia sequer uma vez na direção de Hazza, não o
daria esse gostinho de ter certeza de que tudo aquilo era pra ele. Não,
prefiro que ele me veja o esnobando.Passei a exagerar mais nos
movimentos, me soltando aos poucos. Desci até o chão devagar apenas para
subir rapidamente, fazendo o Jimmy, que me assistia, quase molhar o
chão de tanta baba. Já havia perdido a vergonha de rebolar e dançava
como nunca havia dançado antes, despertando alguns olhares interessados
da platéia masculina, fato que me deixava totalmente convencida. Entre
esses olhares, pude ver o de Louis. É, o Louis tá afim de mim no
momento, alguém fotografe essa ocasião para mostrar para a posteridade.
Sorri e fui até ele, apoiando minhas mãos em seus ombros, ainda
dançando. Louis sorriu, meio envergonhado, mas começou a dançar comigo,
coisa que nunca faria se estivesse sóbrio. Desculpa, Eleanor, mas o
Louis fica muito mais divertido quando está bêbado, além de sexy com
esse cabelinho desarrumado.Larguei Louis e voltei para o centro do
“círculo”. Os seis meninos começaram a se aproximar de mim, fazendo uma
rodinha particular, sendo que dois dos quais eu não sabia os nomes
chegaram bem perto começaram a dançar comigo. Todo o resto da boate
parecia dançar e me assistir ao mesmo tempo, já que eu era a única ali
dando showzinho. Eu me sentia bem com aquilo. Me sentia sexy.Agora ia
entrar minha parte favorita na música. Sorri, me aproximando de James,
que não desgrudava os olhos dos meus quadris, e fiquei de costas pra
ele, ainda rebolando. Ele sorriu e colocou as mãos na minha cintura,
dançando comigo, enquanto eu colocava uma mão pra trás, segurando de
leve sua nuca. Desci até o chão de novo, subindo em seguida, dessa vez
roçando meu corpo no de Jimmy e provocando um estremecimento nele, assim
como certos assovios do meu “público”.Exatamente na parte do “por que
você não vem aqui?”, larguei Jimmy e fui até Zayn, o puxando pela gola
da camisa e fazendo com que nossos corpos se colassem. Encarei os olhos
do meu melhor amigo, que continham uma mistura de diversão e malícia,
combinando com seu sorrisinho safado. Zayn mordeu o lábio inferior e
começou a dançar comigo. Nossos movimentos eram lentos e provocantes, no
ritmo da música, e nossos olhares não se desgrudavam. Havíamos chegado a
um acordo mudo de fazer com que Hazza perdesse a cabeça de vez. Se eu
bem o conhecia, ele provavelmente estava se roendo por dentro ao me ver
assim com o Malik. Empurrei Zayn numa cadeira vazia ali perto e sentei
no colo dele só para seguir a letra da música, me levantando em seguida e
voltando a dançar com um sorriso safado nos lábios, sob assovios agora
mais numerosos e gritos de “Uhul”. Claro que eu não daria uma Lap Dance
pro Zayn, aquilo tudo era só brincadeira, e se ele ficasse animadinho
seria bem constrangedor.Nesse ponto eu já dançava com os seis ao mesmo
tempo, girando de um para o outro. De repente James me puxou para si,
espalmando as mãos em meus quadris e colocando uma perna entre as
minhas, fazendo com que dançássemos mais colados do que antes. Zayn
chegou por trás de mim e colocou uma mão em minha cintura, enquanto com a
outra afastava meus cabelos para depositar um beijo de leve em meu
pescoço, ainda dançando. Tive que me controlar pra não rir. Sabia muito
bem o porquê dele ter feito aquilo, e era difícil me controlar para não
checar a reação de Hazza, sentado a poucos metros dali. Ele
provavelmente estava a beira de um infarto assistindo aquilo.
Fiquei
de recheio do sanduíche formado por Zayn e Bourne mais um tempo, porém
sem demorar muito. Eu sabia que os carinhos de Zayn em minha cintura
eram para provocar Hazza, mas eu conhecia meu amigo o suficiente para
saber que ele estava gostando de tirar uma casquinha de mim. A criatura é
safada por natureza, o que eu posso fazer?Desci minha mão por meu
quadril e depois a subi por minha coxa, levantando só um pouquinho a
saia, de acordo com a letra da música. Ouvi a risada de Zayn e o grito
de “Gostosa!” que ele deu, ao mesmo tempo em que o James chegava por
trás de mim e refazia o caminho que minhas mãos antes fizeram por minhas
pernas, também seguindo a letra da música. É, pelo o visto o Malik não é
o único safadinho por aqui.
Continuei
dançando com eles até que a música acabou. Me virei para Hazza, não sem
antes perceber que, pelas minhas costas, Zayn e James brincavam de se
abanar como se sentissem calor. Recebi palmas e só não fiquei totalmente
sem graça porque agora eu finalmente encarava o Styles.
Só digo uma coisa: Ele tava puto. Mas muito puto da vida MESMO.
Styles tinha as mãos fechadas em punhos sobre o colo, os lábios
franzidos, as narinas levemente infladas e os olhos estreitos. Me
encarava com aquele olhar de raiva, porém não parecia prestes a fazer
nada. Na verdade, acho que ele tinha perdido temporariamente a
capacidade de se mover.
As meninas à sua volta pareciam não saber
muito bem o que fazer. Aparentavam estar se indagando se não era melhor
simplesmente se levantarem e irem embora, já que Hazza parecia
totalmente alheio à companhia a qual antes ele parecia dar tanta
atenção. Uma delas se levantou do banco no qual estava, sorriu como quem
pede desculpas e saiu, se desculpando:
- Foi mal, gato, mas depois dessa eu sou fã da (seu sobrenome).
Esqueci de dizer que eu sou meio famosa. Namorada de rockstar, sabe como é, né... Tenho mais haters do que fãs.
Comecei a andar na direção do Hazza com pisadas fortes, porém sem
perder minha sensualidade natural de brasileira. Eu gosto de andar como
se estivesse numa passarela, alguma coisa contra?
Ele não havia
desgrudado o olhar de mim um segundo sequer. Sorri superior enquanto
andava até ele, e ao chegar perto simplesmente estalei os dedos,
impaciente, e as duas loiras oxigenadas que estavam entre eu e ele
praticamente pularam pra fora do meu caminho. Eu gostaria de dizer que
foi pelo respeito que eu impus com meu showzinho, mas é mais provável
que tenha sido porque, do jeito que eu vinha, era óbvio que eu passaria
por cima delas feito um trator se as vadias ousassem se meter entre mim e
meu Hazza.
Fiquei de frente pra ele. Styles continuava me olhando
do mesmo jeito, sem dar sinal de que falaria qualquer coisa. Engoliu em
seco quando viu o quão próxima eu estava, como se tentando conter as
palavras que ameaçavam sair de sua boca. Inclinei o corpo pra frente e
apoiei uma mão em cada coxa dele, apertando com um pouco de força. Hazza
tentou, mas não conseguiu controlar o gemidinho de dor. Fiquei com o
rosto a poucos centímetros do dele e encarei corajosamente aqueles
globos azuis que no momento estavam ameaçadores.
- Gostou? –
perguntei, juntando o máximo de cinismo que encontrei dentro de mim. Por
um momento achei que Hazza ia me bater, mas ele continuou estático – Eu
não. Não queria precisar fazer esse tipo de coisa, mas você me obriga. –
suspirei – Se é esse o joguinho que você quer fazer, tudo bem... Mas
admita, - olhei para as meninas a nossa volta e dei um risinho de
desprezo – eu sou bem melhor nesse jogo do que você, queridinho. Então
se você pretende jogar tudo o que a gente viveu fora por vingancinha,
vai em frente... Você sabe que o que quer que você faça, eu sou capaz de
fazer mil vezes pior. – dizendo isso, desviei meu olhar
significativamente para James, que estava há uns metros de distância.
Acho que Hazza entendeu o recado. Dei um selinho nele por pura
provocação, seguido de um leve tapinha na bochecha, e me afastei.
Se
eu seria capaz de pegar o James por vingança? Óbvio que sim. Se o
babaca do Styles resolver esfregar uma dessas vadiazinhas na minha cara,
eu tenho o James. Eu sei que ficar com o amigo do cara é vacilo, mas
você não tem noção do que eu sou capaz de fazer quando fico irritada. O
Hazza tem, e sabe que o que eu fiz nessa boate não é nem de longe a pior
coisa que posso fazer.
Andei até James, que me encarava
aparentemente sem conseguir decidir o que era pior: apanhar de Hazza ou
não aproveitar a “chance” comigo. Pelo visto ele acha que é a segunda
opção, já que colocou uma mão na minha cintura e me afastou dali, indo
em direção ao outro bar. Ás vezes o Jimmy me orgulha.
Olhei à minha
volta e não avistei Zayn em lugar nenhum. Provavelmente havia achado
alguma menina dando mole e partira pro ataque. Sorri com o pensamento
enquanto caminhava com James. Eu já tinha aprendido a gostar do jeito
quase irremediavelmente galinha do Zayn, era divertido. Mas isso não
significa que eu tenha desistido de arranjar uma namorada pra dar um
jeito naquela criatura. Uma menina legal, que eu aprove, porque o meu
amiguinho merece alguém à altura dele. Já até tenho uma amiga minha em
mente, mas vou deixar pra pensar nisso depois. Tenho que resolver minha
própria vida sentimental antes de me meter na dos outros.
Certo,
fiquei conversando com o Bourne por uns dez minutos, até ele resolver
pegar bebidas. Eu pedi um Brandy de cereja, mas como o bar não tem, o
James foi ver se um dos “contatos” dele na despensa arranja. O Jimmy é
um cara bem legal, pena que meu coração é do filho da puta do Hazza.
Filho da puta não, né, a mãe dele nem tem culpa de nada...
Por
falar no diabo, adivinha quem me aparece? Isso mesmo, o Hazza. Nem me
viu, apenas tirou umas notas da carteira e entregou ao barman. Já estava
pagando a conta?
- Vai embora tão cedo, Styles? – perguntei,
tentando não rir. Eu estava com os cotovelos apoiados sobre o balcão e
olhava para minhas unhas desinteressadamente. Não consigo me controlar,
sou daquelas que perdem o namorado, mas não perdem a piada.
- Vou! –
ele respondeu, me fazendo olhá-lo, surpresa. Achei que fosse continuar
me ignorando – Tô pensando em levar uma das meninas comigo. Quem sabe
duas? – continuou ele, com um tom que misturava impaciência e raiva.
- Vai em frente... – eu disse, dando os ombros e fingindo indiferença.
Por dentro eu tinha vontade de socá-lo. Eu sei que ele não faria isso,
mas porra, precisa me fazer ter essas imagens mentais?! – Seu carro tá
aí, o Niall trouxe, se quiser levá-lo... Eu tô com as chaves, mas não se
preocupe, duvido muito que o James me negue uma carona pra casa... Ou
melhor, pra bem longe de casa. – concluí, em tom sugestivo.
Eu nem vi direito como aconteceu.
Só sei que de repente meu corpo estava grudado à uma parede em um canto
escuro da boate, e as mãos de Hazza me prendiam pelos braços. Mais uma
vez achei que ele fosse me bater, tão raivosa era a expressão dele.
Talvez seja por isso que eu fiquei tão surpresa com o beijo repentino.
Mas acho que não havia muita diferença entre aquele beijo e um tapa. Os
lábios de Hazza se forçaram contra os meus com tanta fúria que chegaram
a machucar minha boca. Mas, estranhamente, eu não achei aquilo ruim.
Eu não sou nenhuma espécie de masoquista, ou qualquer coisa do tipo.
Pelo menos acho que não. Mas alguma coisa naquele beijo... Alguma coisa
despertou uma certa curiosidade em mim. Hazza nunca havia me beijado com
tanta fúria antes, e eu achei aquilo... Sexy. Bem sexy.
Ele se
afastou momentos depois, parecendo aplicar nisso um esforço gigante.
Seus cabelos estavam desarrumados, sua respiração ofegante e sua boca,
avermelhada. Dude, foi difícil simplesmente não puxá-lo de novo para
mim.
Ficamos nos encarando em silêncio por alguns segundos. Os olhos
de Hazza brilhavam com uma mistura de ódio e outra coisa que eu não
conseguia identificar. Ele suspirou e finalmente soltou meus braços,
levando as mãos aos cabelos e dando alguns passos pra trás.
- Hazza...
- Agora não. – disse ele, com a voz controlada com dificuldade. Ele
olhava para algum ponto no chão enquanto falava, como se tivesse medo de
me encarar – Escuta... Eu, eu vou pra casa do Louis, ok? Pode ir pra
casa essa noite, se quiser... Eu num vou levar garota nenhuma comigo, só
preciso... Só preciso me acalmar. – ele fechou os olhos e respirou
fundo – Não dá pra gente conversar agora. Eu nunca senti tanta raiva de
alguém quanto eu tô sentindo nesse momento. Tenho medo do que eu posso
fazer se a gente continuar falando, eu sou capaz de te machucar. – ok,
eu tremi nessa hora. Não sabia que tinha o irritado tanto assim.
- Mas...
- Sem “mas”, por favor. Só me deixa sozinho. – ele passou as mãos pelo
rosto – Você passou dos limites, e olha que eu achava que você já não
tinha limites. Dessa vez você conseguiu me tirar do sério de verdade. –
Hazza balançou a cabeça, parecendo tentar afastar algum pensamento ruim –
Pode me ligar amanhã, aí sim a gente conversa. No momento eu não
consigo. Você não faz idéia do esforço que eu tô tendo que fazer pra
não... – ele deixou a frase no ar, mas não precisava completar. Eu havia
entendido.
Não sei o que me deu, sério. Quando eu vi, já tinha dito:
- A gente não precisa conversar. – dei dois passos para frente,
encostando meu corpo no dele. Hazza tinha o rosto virado para o lado,
decidido a não me olhar, e não reagiu com a minha proximidade. Respirei
fundo e subi minhas mãos para os ombros largos dele. Inclinei meu corpo
mais para frente e fiquei na ponta dos pés, encostando a boca em sua
orelha – Eu sei como descontar sua raiva... – desci a boca para o
pescoço de Hazza, beijando a área devagar. Senti que ele engoliu em seco
e prendeu a respiração – Desconta em mim. Eu... Quero que você
desconte.
Senti ele tremer e respirar fundo. Hazza segurou meus
braços novamente e me afastou de si com violência, olhando nos meus
olhos em seguida. Foi então que eu finalmente entendi o que era a “outra
coisa” no olhar dele.
Desejo.
Aparentemente o que eu fiz não provocou apenas raiva nele.
Mordi meus lábios, quase sem conseguir conter aquela vontade inesperada
de tê-lo ali, agora. Eu não entendia direito o porquê de repente eu
precisava tanto tê-lo pra mim de novo, acontecera no momento no qual eu
senti aqueles lábios macios mais uma vez contra os meus. Mas nunca antes
esse desejo havia sido tão forte, tão urgente, tão desesperador. Não
tocá-lo chegava me causar dor física.
Só que eu não estava sozinha
nessa. A vontade refletida em meu rosto pareceu destruir o resto de
controle que impedia Hazza de fazer o que aparentemente queria tanto
quanto eu. Me vi novamente jogada contra a parede, e os lábios dele
rapidamente se encaixaram nos meus, com a mesma fúria de antes. Aquela
fúria que eu queria, aquela fúria da qual eu precisava.
Suas mãos
se embrenharam em meus cabelos, puxando-os sem delicadeza, enquanto as
minhas encontraram o caminho de seus ombros em direção a sua barriga.
Ouvi o gemido desesperado que Hazza deu contra meus lábios ao sentir
meus dedos percorrendo seu “caminho da felicidade” por baixo de sua
blusa, e sorri, o beijando com mais força.
Ele partiu o beijo momentos depois, me olhando daquele jeito que fazia meu corpo inteiro se arrepiar.
- O carro tá aí? – ele perguntou, simplesmente, com a voz tremendo um
pouco. Assenti com a cabeça, já que não conseguia encontrar fôlego pra
falar qualquer coisa, e tirei a chave de dentro do meu decote. É o lugar
mais seguro do mundo – Ótimo. Vem comigo.
Ele arrancou a chave da
minha mão e me puxou pelo braço com pressa, me fazendo quase tropeçar
nos meus saltos ao segui-lo para fora da boate. Nem precisei dizer a ele
onde estava o carro, já que Niall havia estacionado bem perto da
entrada. Hazza apertou o botão pra destravar as portas e caminhou
apressado para o lado do motorista, sem parar para abrir a porta pra mim
como o de costume. Mas acho que não posso cobrar cavalheirismo dele,
ainda mais nessa situação...
- Entra. – disse ele, já no volante,
com aquele tom impaciente. Despertei de minha breve crise de autismo e
entrei no carro, sentindo minhas pernas vacilarem. Só de pensar qual era
o motivo daquela pressa toda, eu tremia.
Assim que eu fechei a
porta, Hazza deu a partida, pisando no acelerador com um pouco mais de
força do que o necessário e fazendo o carro praticamente voar. Ele
dirigia a uma velocidade absurda, com os olhos fixos na estrada, o
maxilar tenso e as mãos quase esmagando o volante. Sorri de lado ao
observá-lo e, sutilmente, deslizei uma das minhas mãos para sua coxa, a
apertando. O corpo inteiro de Hazza se enrijeceu no mesmo instante.
- Não faz isso! – grunhiu ele, em tom autoritário, fechando os olhos e fazendo uma expressão que beirava a dor.
- Faço. Você não manda em mim... – falei, daquele jeito implicante que
eu sabia que ele gostava. Subi minha mão pela coxa de Hazza devagar,
chegando ao volume já evidente em suas calças e deslizando meus dedos
por ali – Já esqueceu o quanto eu sou desobediente? – sorri provocante e
desabotoei um botão da calça dele. Hazza lutava para manter os olhos
abertos e fixos na estrada.
- Não tem problema. – disse ele, respirando fundo e ainda esmagando o volante – Eu faço você me obedecer quando nós chegarmos.
Me arrepiei inteira depois dessa, e ele percebeu, já que aquele
sorrisinho safado e cruel repuxou os cantos de seus lábios. Sorriso esse
que eu fiz questão de arrancar ao descer o zíper de sua calça devagar.
- (S/N)... – disse Hazza, em tom de aviso. Ignorei, acariciando-o por
cima da boxer vermelha que ele usava. Ri baixo ao vê-lo jogar a cabeça
pra trás e gemer um pouco, antes de lembrar que estava dirigindo e
voltar sua atenção imediatamente à rua.
Não consegui resistir – Deixei que minha mão deslizasse para dentro da boxer dele, o masturbando devagar.
Hazza quase perdeu o controle do carro. Ele mordeu os próprios lábios,
soltando o ar com força e tentando manter o autocontrole. Acelerei os
movimentos, assistindo o rosto dele se contorcer em uma expressão de
prazer.
- Pára, porra! – pediu ele, meio desesperado – Eu tô
tentando dirigir... Não, não faz... Isso, continua assim... – Hazza
parecia dividido entre me parar e me incentivar. Ele desceu uma mão do
volante até a minha, com a visível intenção de parar o que eu fazia, mas
hesitou, sem coragem. Acariciou minha mão de leve antes de soltar um
suspiro derrotado e começar a guiar meus movimentos.
Tirei minha mão
debaixo da dele alguns segundos depois, por dois motivos. Primeiro, eu
não queria acabar com tudo tão rápido, e segundo, eu estava ficando com
medo dele dirigindo com apenas uma mão e naquele estado.
Hazza gemeu
frustrado ao sentir a perda do contato, me olhando com o canto dos
olhos, com aquela cara de cachorrinho sem dono que me dava pena.
-
Olho na estrada, Styles. Quando a gente chegar eu penso se resolvo
seu... Probleminha aí embaixo. – falei, rindo, e ele bufou, voltando a
olhar a estrada com cara de raiva.
É, acho que o ódio que ele tá sentindo de mim triplicou agora.
Chegamos em casa em dois minutos, graças à direção lunática de Hazza.
Ele estacionou de qualquer jeito, praticamente arrancou o cinto de
segurança e se inclinou na minha direção, me beijando com uma vontade
assustadora.
- Tanto trabalho pra chegar aqui... E a gente vai
transar no carro, Styles? – perguntei, rindo um pouco, quando ele
desgrudou os lábios dos meus e passou a devorar meu pescoço. Meu corpo
estava meio deitado sobre o banco, com o dele por cima.
- Você acha
que eu tô me importando com o lugar? – resmungou ele, subindo uma das
mãos pelas minhas pernas e tentando puxar minha calcinha pra baixo. O
impedi, ao mesmo tempo em que tirava a chave de casa do bolso de trás
dele e escorregava para fora do carro, meio desajeitada e quase
tropeçando nos meus próprios pés. Hazza me olhou de dentro do carro com
uma expressão puta e confusa, e eu apenas sorri, da forma mais safada
que podia.
- Mas eu me importo. – eu disse, correndo em seguida em
direção a porta da casa, sem me importar com o salto alto ou minhas
pernas meio bambas.
Vi Hazza resmungar e ajeitar a calça de qualquer
jeito, antes de se levantar e correr atrás de mim. Não preciso nem
dizer que ele me alcançou facilmente. Tentei me concentrar em destrancar
a porta de casa, mas isso era difícil com Hazza atrás de mim, apertando
minha cintura e chupando meu pescoço.
Consegui finalmente acertar a
chave na fechadura, e nós entramos cambaleando pela sala, sem nos
desgrudarmos por um segundo que fosse. Hazza me empurrou contra algumas
almofadas que estavam jogadas pelo chão, próximas a mesa, e se deitou
sobre mim em seguida. Eu sorri ao assimilar o fato de que estávamos no
chão. Não que eu tivesse alguma esperança de chegar no quarto no ritmo
em que nós estávamos, mas eu pensei que pelo menos conseguiríamos chegar
ao sofá.
Hazza chutou os tênis e as meias pra longe de qualquer
jeito, enquanto eu lutava pra abrir a fivela da minha sandália. Nossos
lábios não se descolavam, e eu descia minhas unhas com força por suas
costas com a outra mão, por debaixo de sua camisa, o fazendo gemer de
dor e prazer. As mãos de Hazza passaram a tentar em vão puxar minha
blusa para cima, mas era apertada demais, ele não ia conseguir.
Arranquei as sandálias no mesmo momento em que Hazza teve a brilhante
idéia de afrouxar a fita de couro antes de tirar a blusa, coisa que ele
fez meio violentamente. Desamarrou o lacinho e puxou os lados da
blusinha, afrouxando o suficiente para erguê-la meio atrapalhado, devido
à pressa. Cada centímetro que ele expunha da minha pele era
imediatamente coberto por beijos meio famintos.
Fechei os olhos,
absorvida demais no momento para reparar que Hazza subiu minha blusa por
meus braços, que eu erguera para ajudá-lo, só até a altura de meus
pulsos. Senti a fita ser apertada de novo e minha blusa começar a ser
levemente retorcida. Estranhei, e quando ele voltou a descer as mãos por
meu corpo, tentei abaixar os braços. Não consegui. Tentei de novo e
finalmente constatei o óbvio.
O filho da puta havia me amarrado.
Ele prendera meus pulsos no pé de uma das cadeiras com minha própria
blusa. Tentei me soltar, mas o desgraçado tinha dado várias voltas e nós
com a fita de couro. Ele riu dos meus esforços pra me libertar e
continuou a trilha de beijos que fazia de meu pescoço até minha barriga.
- Me solta, Harry! – mandei, sem o menor traço de brincadeira na voz – Eu tô falando sério, num é hora pra ficar me torturando!
- Até parece que eu vou ter controle o suficiente pra torturar alguém
no estado em que eu tô. – disse ele, arrancando a própria camisa com
pressa e se deitando de novo sobre mim, com aquele físico absurdamente
gostoso – Só acho excitante ter você tão vulnerável pra mim. – ele
completou, sussurrando no meu ouvido.
- E o que você vai fazer comigo? – perguntei, entrando na brincadeira. Aquilo estava cada vez melhor.
Ele olhou nos meus olhos por alguns segundos, e eu pude sentir os dele
escurecerem à medida que as coisas que ele desejava fazer comigo
cruzavam sua mente. Hazza apenas deu uma espécie de grunhido e voltou a
me beijar, subindo uma mão pro meu peito enquanto a outra deslizava para
baixo da minha saia, subindo por minha coxa. Aquela era a melhor
resposta que ele conseguiria me dar.
Gemi com força ao senti-lo
começar a me estimular com dois dedos, enquanto com a outra mão ele
arrancava meu sutiã tomara-que-caia e o jogava longe. Sua boca desceu em
direção aos meus seios, ao mesmo tempo em que ele aumentava a
velocidade dos dedos em mim.
Eu precisava urgentemente tocá-lo.
Precisava espalmar minhas mãos por aquelas costas definidas e o puxar
mais para mim, porém com as mãos presas aquilo era impossível. Não
tocá-lo era torturante, e por um momento eu me perguntei porque ele
estava fazendo isso comigo.
Foi então que eu lembrei.
Pra Hazza, aquilo não era uma transa normal. Era uma vingança.
Mas num dá pra dizer que eu não estava gostando. Não dava para decidir
se eu queria ser solta ou se preferia continuar presa. Eu queria
tocá-lo, mas a tortura era estranhamente boa... E o jeito como o Hazza
parecia estar gostando de me manter amarrada só me deixava mais
enlouquecida. Parte do meu prazer era o prazer dele, sempre fora assim.
- Se é pra me deixar presa, - comecei, com a voz falha – pelo menos vai
logo com isso. Eu quero você, seu imbecil. Eu preciso de você logo, ou
eu acho que vou explodir.
Ele parou o que estava fazendo para me
olhar com aqueles olhos transbordando malícia. Seu rosto continha uma
expressão clara de tesão, que parecia ter aumentado com as minhas
palavras. Sem dizer mais nada, Hazza levantou minha saia e tirou minha
calcinha com pressa. Em seguida, abriu rapidamente a calça, com as mãos
trêmulas e o olhar fixo no meu. Abaixou-a junto com a boxer e me
penetrou imediatamente, com tanta força que me fez gritar ao invés de
gemer.
E ele não parou. Continuou investindo contra mim com força,
gemendo e literalmente urrando tanto quanto eu a cada movimento. Eu não
conseguia formar pensamentos coerentes no momento, só o que ocupava
minha cabeça era o prazer quase inacreditável que eu sentia. Nunca havia
imaginado que algo tão... Bruto pudesse ser tão bom.
Quando eu
achava que já não seria possível aumentar a intensidade das investidas,
ele fez exatamente isso. Por um momento cheguei a achar que ia desmaiar,
era demais para mim. O ritmo louco dos movimentos, o fato de não poder
tocá-lo, a voz dele sussurrando em meu ouvido frases impublicáveis entre
os gemidos fortes... Não pude controlar o pedido desesperado por “mais”
que escapou de meus lábios. Hazza afastou o corpo do meu, ficando
apoiado nos braços esticados dos dois lados da minha cabeça.
- Mais?
– perguntou ele, com um sorriso cruel. Fiz que sim com a cabeça e na
mesma hora percebi a besteira que havia feito, já que o sorriso de Hazza
aumentou.
Ele começou a fazer movimentos lentos, sem parar de me
olhar. Fechei os olhos, mal acreditando que ele ia realmente me torturar
daquele jeito. Esperei que ele não resistisse muito tempo naquele
ritmo, mas aparentemente seu prazer em me deixar louca era ainda mais
forte do que sua vontade de ir mais rápido.
Senti meus olhos se
enchendo de lágrimas. É, eu estava quase chorando, tão forte era meu
desespero pelos movimentos fortes de novo. Parecia ridícula a
necessidade que eu tinha daquilo, mas eu não conseguia me controlar.
- Hazza, por favor... – pedi, com os olhos lacrimejando um pouco. Ele
me olhou visivelmente espantado por um milésimo de segundo, antes de
entender. Seu olhar escureceu mais ainda de desejo e ele investiu uma
vez contra mim, com força, me fazendo morder os lábios pra não berrar de
prazer. Ver minha reação o fez entender o quão séria estava a situação
pra mim, e ele investiu de novo, mais forte. Gemi de aprovação e ele
jogou a cabeça pra trás, gemendo baixo.
- Você vai me matar, garota... – disse Hazza, voltando ao ritmo intenso de antes.
Não demorou muito para eu perceber na expressão dele que seu orgasmo
não demoraria a chegar. Tive um breve acesso de pânico. E se ele
resolvesse me deixar – literalmente – na mão? Ele estava com raiva de
mim, não estava? Não tinha obrigação nenhuma de se preocupar com o meu
prazer.
Mas esses pensamentos idiotas sumiram no momento em que ele
segurou forte a minha cintura e intensificou o ritmo, me olhando com
cara de quem tentava ao máximo se controlar.
- Assim tá bom? – ele
me perguntou, com a voz trêmula, e eu assenti com a cabeça, sorrindo. Eu
era burra de pensar uma coisa daquelas dele. Era o Hazza, ele me
ajudaria a chegar lá antes, como sempre fazia.
Ele continuou, e eu comecei a sentir que meu orgasmo também não demoraria.
- (seu apelido), eu não vou agüentar muito mais... – Hazza avisou, em
tom desesperado, e uma pequena parte do meu cérebro, que não estava
totalmente dominada pelas sensações, registrou o fato de ele ter voltado
a me chamar de “(seu apelido)”. Ele se moveu mais uma vez e eu gozei,
de uma forma tão intensa que eu nem pensava ser possível. No mesmo
momento, Hazza parou de se segurar, dando um gemido rouco no meu ouvido e
deixando o corpo desabar sobre o meu, me esmagando um pouco, mas de um
jeito bom.
Me sentia exausta como nunca antes na minha vida, e ao
mesmo tempo extremamente relaxada. Comecei a sentir um sono
irresistível, e olhei pra ele sorrindo meio abobalhada antes de apagar
totalmente.
Hazza’s POV
Senti todos os meus
músculos se contraírem e relaxarem em seguida, me dando uma sensação de
calma e satisfação. Nem me preocupei em sair de dentro dela, já que
tinha certeza que (seu apelido) continuava tomando pílula. Um sorriso
provavelmente bem idiota surgiu no meu rosto enquanto eu olhava a (seu
apelido), que também sorria boba. Ela fechou os olhos em seguida, e sua
respiração se acalmou, me fazendo sorrir. Ela dormiu, e eu não podia
culpá-la. Também me sentia totalmente acabado.
Desamarrei os braços
dela e a puxei mais pra mim. (seu apelido) sorriu no sono e se aninhou
em meus braços, como sempre fazia. Dude, eu nem lembro mais por que eu
tava puto com ela... Mas não quero lembrar agora. Ficar agarradinho com a
(S/N) é tão melhor do que brigar... Certo, isso foi gay, e se você
espalhar isso, morre.
Ajeitei um travesseiro atrás da minha cabeça e me deixei dormir ali mesmo, com minha doidinha nos meus braços.
Acordei algumas horas depois, graças a um carro que passara com caixa
de som extremamente alta pela rua. Me movi sem querer, acordando (S/N).
Ela abriu os olhos devagar e me encarou, sorrindo.
- Oi. – disse
(seu apelido), mordendo os lábios e me dando um sorriso envergonhado.
Nessas horas eu tenho vontade de apertar essa criatura por ser tão fofa!
- Oi, coisa linda. – respondi, praticamente babando, fazendo ela corar.
- Que horas são? – (S/N) perguntou, coçando os olhos.
- Quatro e meia da manhã. – respondi, conferindo o relógio – A gente pode dormir mais um pouco.
- Ok. Mas no quarto. E eu quero tomar um banho antes. – dizendo isso,
(seu apelido) se sentou. Fez imediatamente uma careta de dor que me
deixou preocupado.
- Que foi? – perguntei, assustado. Ela me olhou e... Começou a rir. Muito.
Esperei o acesso de riso passar, mas não passou. Comecei a ficar impaciente.
- (S/N), o que foi?
- Ahn... Eu vou precisar de ajuda pra tomar banho. – disse ela, rindo mais ainda.
- Por quê? – ela estava me confundido.
- Porque eu acho que não vou conseguir andar. – respondeu ela, sorrindo culpada e mordendo os lábios.
- Por que não...? – comecei a perguntar, mas parei imediatamente quando (S/N) me olhou significativamente.
Oh. Entendi, e...OH!
- Espera aí! – perguntei, apavorado – Quer dizer que você... Que tá
doendo porque... Que eu... – não dava pra completar essa pergunta, mas
ela entendeu, e assentiu, ainda rindo. RINDO. Ela tá louca?!
- Que foi, Hazza? – perguntou ela, ao perceber minha cara de pânico.
- Como assim “que foi”? Cacete, eu sou um merda! – eu disse, escondendo meu rosto entre as mãos.
- Hazza...
- Caralho, porra, puta que pariu! Eu não presto mesmo! – eu tinha
vontade de me chutar – Como é que eu faço uma coisa dessas com você?
- Que foi, homem? – perguntou ela, assustada.
- Foi que eu machuquei você! – eu disse, a abraçando imediatamente –
Desculpa, amor... Ou melhor, não me desculpa não! Eu sou um bosta, eu...
Eu devia ter me controlado melhor, mas eu tava com tanta raiva... Nem
pensei que talvez estivesse te machucando. E você ficava ali, pedindo
mais, e chorou quando eu parei... Porra, (seu apelido), você sabe que eu
não resisto a lágrimas!
- Hazza, tá tudo bem... – ela parecia confusa.
- Não tá não, eu devia ter controlado melhor essa vontade. Mas você
pediu mais, eu fiquei louco! Mas a culpa não é sua, é minha. Eu que sou
um merda, e...
- PÁRA! – ela gritou, rindo – Me escuta. Não tá doendo tanto assim! E eu gostei.
- Gostou? – Ok, eu vi que ela estava gostando na hora, mas agora?
- É. – ela olhou pro chão, sorrindo abobalhada – Tanto que, como você
disse, eu pedi. Foi bom, você descontrolado daquele jeito... – agora ela
estava vermelha – E não tá doendo de verdade, é só uma dorzinha... Boa.
- Nem vem, (seu apelido), desde quando dor é boa? – perguntei, e
ela me deu aquele olhar significativo de novo. Na mesma hora lembrei das
unhas dela nas minhas costas.
Ok, então algumas dores são boas. Mas é impossível essa ser uma delas!
Abri a boca pra falar algo, mas ela me interrompeu:
- Shh, num fala nada. – colocou um dedo na minha boca, selando meus
lábios – Você não me machucou, pelo menos não de um jeito que eu não
queria. – tentei interrompê-la, mas ela não deixou – E é o tipo de coisa
que eu vou querer repetir.
- Você acha que eu vou fazer isso de
novo? – perguntei, incrédulo – Não mesmo, a partir de hoje você é minha
bonequinha de porcelana!
- Se eu te provocar de novo você faz. – ela disse, simplesmente. E o pior é que ela tá certa. Eu sou um canalha a esse ponto.
- (seu apelido), eu não quero te...
- Você não vai. E eu vou querer de novo... Ah, vai dizer que não foi bom?
Foi. Bom demais, esse é o problema. Cair na tentação e agarrá-la desse
jeito de novo vai ser fácil demais. Principalmente porque esse projeto
de masoquista sabe me provocar como ninguém.
- Agora desmancha esse
bico! – disse ela, sorrindo e me dando um selinho. Catou minha camisa,
que estava jogada ali perto, e a vestiu – E me leva no colo até o
banheiro!
- É o mínimo que eu posso fazer, né? – falei, ainda
emburrado. Vesti minha boxer e peguei-a no colo, carregando (seu
apelido) pelas escadas em direção à suíte, como se ela fosse feita de
vidro. Eu ainda estava me sentindo culpado. Tudo bem que ela gostou
daquilo, mas podia não ter gostado. Eu podia ter machucado a coisinha
mais perfeita do universo.
Coloquei (S/N) no chão com cuidado ao
chegarmos no banheiro do quarto, fazendo-a rir. Eu ainda não entendi o
que ela vê de tão engraçado nessa história toda, mas é melhor não
discutir. Sempre soube que tinha um parafuso a menos naquela cabecinha
linda.
- Toma seu banho que eu vou ver se tem algo pra comer na
cozinha. – falei, colocando uma mecha do cabelo dela pra trás da orelha e
lhe dando um selinho. Me virei de costas pra sair do banheiro, mas ela
me impediu, abraçando-me por trás.
- Não me deixa sozinha, toma
banho comigo... – pediu, com aquele tom de voz irresistível, ficando na
ponta dos pés pra encostar a cabeça em meu ombro.
- Não sei se é uma
boa idéia... – avisei, me virando de frente para ela e abraçando sua
cintura. (seu apelido) colocou os braços em volta do meu pescoço e fez
biquinho.
- Mas... E se eu escorregar no banheiro e me machucar?
Você tem que cuidar de mim, lembra...? – disse ela, me olhando daquele
jeito pidão e tentando controlar o sorrisinho que brincava em seus
lábios.
Ah, eu conhecia aquele sorriso. (S/N) só sorria desse jeito
quando estava com segundas, terceiras, quartas intenções. Dude, como ela
consegue pensar em sexo quando teoricamente devia estar querendo se
recuperar? Ok, a (seu apelido) não é mais a única pensando em sexo aqui.
Mas a culpa não é minha se ela fica sexy desse jeito quando morde o
lábio inferior e me olha assim... Mas, não! Eu posso até tomar banho com
ela, mas não vou fazer nada. Posso machucá-la mais ainda, será que a
(seu apelido) não entende?
Deixei que ela me puxasse para dentro do
chuveiro querendo bater em mim mesmo. Porra, alguém me explica como ela
me domina dessa maneira? Olha a idade dela, olha a minha. Olha o tamanho
dela, olha o meu. Como eu deixo uma coisinha desse tamanho mandar e
desmandar em mim? Você é uma decepção mesmo, Hazza Styles.
(seu
apelido) ligou o chuveiro, ficando embaixo da água, ainda usando minha
camisa. Detalhe: a camisa era branca. Puta que pariu, por que eu preciso
lidar com tamanha tentação, meu Deus? Eu tento cuidar da (seu apelido),
mas ela num deixa, porra! Precisa ficar me provocando desse jeito?
Fiquei ali, parado, com os olhos vidrados no corpo dela, tentando
convencer a mim mesmo de que não era uma boa idéia avançar na minha
namorada agora. (seu apelido) sorriu e veio devagar na minha direção.
Dei um passo pra trás, encontrando a parede do box. Ela parou na minha
frente, colocando as mãos em meus ombros e começando a distribuir beijos
de leve por ali. Pedi que ela parasse, entre gemidos, sem um pingo de
convicção. (S/N) apenas riu perto do meu ouvido e desceu a mão pelo meu
tórax, chegando a barra da minha boxer e descendo ela devagar, enquanto
subia a trilha de beijos em direção a minha orelha. A orelha não, tudo
menos isso, eu não agüento... Como se adivinhasse meus pensamentos, ela
mordeu de leve o lóbulo, me fazendo tremer inteiro.
- Pára de
resistir, você sabe que não consegue... – disse ela, agora beijando do
meu peito até minha barriga. (seu apelido) se ajoelhou no chão molhado e
eu suspirei, já sabendo o que vinha em seguida.
Começou apenas
beijando minha ereção de leve, fazendo com que meus pelos da nuca se
eriçassem. Ela prosseguiu, começando a chupar devagar e me fazendo
segurar na parede para não cair, já que minhas pernas vacilaram.
Acariciei seus cabelos como uma forma inconsciente de agradecimento,
enquanto ela continuava os movimentos lentos.
(seu apelido) parou
logo depois, me fazendo gemer em protesto. Levantou-se e encostou-se na
parede de frente para mim, embaixo do chuveiro, fazendo a carinha mais
safada do planeta. Dobrou uma das pernas de forma que seu pé também se
encostasse à parede e me chamou com o dedo. Eu fui, me sentindo um
idiota por ser tão cachorrinho dela. Mas não daria pra parar agora,
dude. Eu sou homem e a carne é muito fraca.
Puxei a blusa que ela
usava para cima e joguei-a longe, erguendo (seu apelido) nos meus braços
em seguida e a beijando. Ela colocou as pernas ao redor do meu quadril e
apoiou os braços nos meus ombros, esperando que eu continuasse.
A
penetrei devagar, prestando atenção em seu rosto. Eu pararia ao menor
sinal de dor que encontrasse ali, mas não vi nenhum. (seu apelido)
apenas sorriu e mordeu os lábios de novo, de olhos fechados. Comecei
movimentos bem lentos, provocando um gemido contrariado da parte dela.
Ignorei, continuando no mesmo ritmo. Já que eu havia me rendido a esse
ponto, pelo menos seria como eu queria. E no momento, o que eu queria
era não machucá-la de novo, coisa que com certeza aconteceria se eu
fosse mais bruto agora. Isso nem (seu apelido) poderia negar.
O
problema é que aquilo era tão torturante pra mim quanto era pra ela, e
(S/N) não estava ajudando com seus pedidos desesperados para eu ir mais
rápido. Suspirei e acelerei um pouco, observando a reação de (seu
apelido). Ela gemeu um pouquinho mais forte, mas em sinal de prazer,
então eu continuei. Estabeleci um ritmo agora não tão lento, porém
cuidadoso, carinhoso, não torturante como antes. (seu apelido) sorriu um
pouco em aprovação e encostou a testa na minha, com as duas mãos na
minha nuca. Fechei os olhos e me deixei levar pelo clima intenso e
intoxicante que nos dominava. Aquilo não era mais apenas físico, tinha
algo mais ali. Meu coração batia junto com o dela, minha respiração se
misturava com a de (S/N) e mais uma vez eu tive certeza do quanto eu
amava aquela garota.
Gozamos juntos algum tempo depois, ambos
respirando com dificuldade. Abri finalmente os olhos apenas para
encontrar (seu apelido) olhando pra mim com aquela carinha boba de
apaixonada. Sorri largamente e a beijei, colocando-a novamente no chão.
- Então, - comecei a dizer, quando recuperei meu fôlego – sexo com
carinho ao invés de raiva é tão ruim assim? – perguntei, brincando.
-
Claro que não é ruim, bobo. – ela riu, me beijando de novo – Com você
seria impossível ser ruim. Foi bom... Tanto quanto antes, só que de
jeitos diferentes. Mais um que eu quero repetir.
- Desse jeito fica difícil descobrir qual seu favorito, mocinha. – brinquei, colocando o dedo na ponta de seu nariz.
- Todos! – ela riu, me fazendo rir junto – Eu gosto de variedade, assim a gente não cai na rotina...
- Como se fosse possível cair na rotina morando com você! – revirei os olhos, e ela riu de novo.
- Eu gosto de ser imprevisível, algum problema? – disse ela, pegando um sabonete e começando a ensaboar minhas costas.
- Nenhum, madame. – sorri, afastando o cabelo de seu rosto e a beijando de novo.
CDT.: One Direction +18
Meu Deus , amei , genteney é gigante mas vale a pena ler , você escreve muitooo bem , Parabéns ❤
ResponderExcluirXxLeeh Horan ❤
Floooooor, eu amo esse Imagine, assim como amo HP. E por falar em HP, eu queria muito saber se você me deixaria usar esse imagine pra fazer uma one-shot Dramione (paixão da minha vida)...deixa???
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